Um vestido de festa dourado de 1,5 metro de comprimento brilha pelos corredores do Shanghai Exhibition Hall. Pelo preço modesto de US$13.700 (R$ 68.239, na cotação atual), seu cão pode ser o sortudo a ganhar a prenda da maior feira de pets da Ásia. A abundância de artigos de luxo e sofisticados em exibição na Pet Fair Asia atesta o poder de compra de uma classe crescente de jovens tutores na China.
De robôs companheiros a dispositivos portáteis de monitoramento de saúde, o bem-estar animal é uma indústria lucrativa no país. E mesmo que todas as opções de cuidado falhem, na China existe a opção de clonar seu amado bichinho de estimação.
O número de tutores de animais disparou na China, chegando a quase 100 milhões em 2022. Os analistas atribuem esse crescimento às gerações mais jovens. Para a empresa de consultoria Deloitte, com sede em Londres, parte desse boom se deve a “uma mudança na visão da estrutura familiar e ao aumento da população solteira”.
Mas os tutores gastam muito dinheiro com sua família peluda. O vestido de US$ 13.700, acompanhado por uma tiara, é feito à mão e desenhado para um casamento canino, disse à AFP Sun Chao, gerente do stand do vestido.
Espera-se que o mercado de pets cresça 68% e alcance 811 bilhões de iuanes (US$ 112 bilhões ou R$ 557 bilhões) até 2025, de acordo com a iiMedia Research.
A Pet Fair Asia dura vários dias, e os seus organizadores garantem que a dimensão deste ano é sem precedentes, com mais de 2.000 expositores que vendem de tudo: de areia de tofu para gatos a snacks para rãs, passando por donuts e biscoitos para cães.
Alinhado à intensa cultura de trabalho da região, um item muito comum são os sistemas de vigilância, que permitem que os tutores monitorem seus bichos de forma remota. Um robô de US$ 169 (R$ 841) segue os animais pela casa, os alimenta, os entretém com um laser e reproduz a voz de seu tutor. Versões futuras do dispositivo usarão inteligência artificial para interpretar os movimentos do pet e reagir a eles.
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Mas a tecnologia também serve para superar a morte. No stand da empresa chinesa Sinogene, os visitantes se amontoam em torno de uma gaiola de terriers idênticos com o slogan: “Eu sou um cachorro clone”. É uma das poucas empresas no mundo que oferecem serviços de clonagem de animais, permitindo que pets e tutores fiquem “juntos para sempre”, como diz seu slogan.
O custo da clonagem de um cachorro varia de US$ 30 mil a US$ 60 mil (R$ 149.000 a R$ 298.000), dependendo da raça.
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