Após três semanas de aulas paralisadas, os professores da USP (Universidade de São Paulo) e os alunos das faculdades de economia e direito decidiram sair da greve pela contratação de mais docentes efetivos nesta terça-feira (10), horas depois de a reitoria publicar uma carta com compromissos que serão adotados para atender às reivindicações dos estudantes.
O reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior, comprometeu-se a aumentar o número de bolsas que ajudam na permanência de alunos vulneráveis e a contratar 1.027 novos professores.
“Cada dia sem aula na USP é para mim um dia triste e difícil. Uma universidade como a nossa não pode parar”, disse o reitor, em vídeo divulgado nesta quarta-feira (11), após entregar o documento. “Avançamos e melhoramos o que já estava sendo feito, no limite da responsabilidade.”
Carlotti entregou um documento com 24 propostas aos alunos que faziam manifestação na porta da reitoria. Entre elas, também garantiu que a USP não vai fechar nenhum curso em virtude da falta de docentes; prometeu a construção de uma creche no campus da USP Leste; e afirmou que nenhum manifestante sofrerá represálias por participar da greve.
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“Então, vamos voltar às aulas, às pesquisas e às nossas rotinas, é isso que a sociedade espera de nós”, completou o reitor.
As faculdades de economia e de direito se juntaram à de odontologia, que também já tinha decidido suspender a paralisação na última segunda (9). O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) foi outro que encerrou a greve.
Em carta à reitoria, os professores, por meio da Adusp (Associação dos Docentes da USP) reconheceram que as negociações “promoveram avanços”. Mas ressaltaram que “ainda há aspectos que podem comprometer a solução de problemas relacionados à falta de docentes”.
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Entre eles estão a admissão automática de profissionais para preencher as vagas de docentes aposentados, exonerados e falecidos e a reserva de cotas para pessoas pretas, pardas e indígenas nesses processos seletivos.
Os professores declararam apoiar a greve dos estudantes e defendem que as mobilizações devem continuar, como um “envio de carta à reitoria contendo o balanço dos avanços obtidos pelo movimento estudantil, apontando a persistência de problemas que devem ser sanados e instando a reitoria a receber a Adusp”.
Os estudantes de letras votaram pela permanência na greve e seguem paralisados até segunda ordem, disse Amanda Coelho, do Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários Oswald de Andrade, o Caell. “Faremos uma nova assembleia na terça que vem”, afirmou.
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