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O R7 teve acesso aos relatórios do Núcleo de Situação Carcerária, da Defensoria Pública de São Paulo, onde há diversas imagens e informações sobre como os presos vivem nas penitenciárias do estado. Muitas unidades têm superlotação, infestação de insetos, mofo, comida estragada ou com a presença de bichos… porém, as condições variam em cada unidade
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
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Os colchões cedidos aos detentos são de espuma, e o estado de conservação de muitos deles é precário
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Em algumas celas, pela quantidade de gente presa, é necessário dividir os colchões no chão, já que as estruturas montadas para colocar essas peças geralmente já estão sendo usadas por outras pessoas (veja mais detalhes na próxima imagem)
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A imagem mostra uma cela com as estruturas montadas para receber os colchões. É possível notar que todas estão em uso. É comum que os detentos recém-chegados acabem no chão
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Em algumas das unidades prisionais do estado, seja CDP (Centro de Detenção Provisória), seja CPP (Centro de Progressão Penitenciária) ou penitenciárias, os detentos só têm roupas extremamente rasgadas para usar
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Fora o vestuário, há celas em que eles precisam dormir com cobertores rasgados
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Para a limpeza das celas, são entregues utensílios que praticamente não limpam
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Muitos também reclamam da comida disponibilizada. Eles afirmam que já encontraram baratas e cabelos e que, às vezes, o alimento vem com cheiro ruim
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Quando não há potes disponíveis, eles utilizam restos de plástico, onde estavam produtos de limpeza, por exemplo, para comer ou beber
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Apesar de os ingredientes serem entregues pelo estado, os próprios presos é que cozinham. A alimentação é produzida no interior da unidade, em cozinha industrial
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Nos relatórios, foi possível observar que boa parte das cadeias de São Paulo tem infestação constante de insetos. Esses bichos ficam alojados nas celas com as pessoas
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Baratas, piolhos, muquiranas e percevejos foram alguns dos bichos mais vistos pelos presos
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A imagem mostra as lesões causadas pelos insetos
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Problemas como mofo e vazamento de água também são constantes em certas unidades prisionais de São Paulo
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Quando tomam banho, geralmente gelado, alguns detentos precisam usar toalhas que mais se parecem com panos de chão. Eles também recebem o kit higiene, com um papel higiênico, pasta de dente e sabonete
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O atendimento médico dessas pessoas pode variar de ‘qualidade’, a depender da unidade em que elas estão. Há consultório médico dentro das penitenciárias e, caso o detento precise de atendimento externo, a polícia faz a escolta. As doenças mais comuns entre pessoas privadas de liberdade são hipertensão, diabetes, cardiopatia, tuberculose e HIV, ainda segundo os relatórios
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Geralmente, as equipes médicas nas unidades prisionais são formadas por:
• um médico, com carga horária de 20 horas semanais;
• três enfermeiras, com carga horária de 30 horas semanaisDivulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
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Nas unidades há, ainda, salas de aulas. Os alunos presos são divididos entre quem está ainda na fase de alfabetização, ensino fundamental e ensino médio. Os presídios também possuem biblioteca. Os livros podem ser uma distração para eles, segundo especialistas
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Os detentos têm direito ao banho de sol diário. O pátio interno é utilizado para isso e para a realização de atividades desportivas
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Para quem cumpre o regime semiaberto, há áreas de convívio
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Essas são as entradas das celas, divididas em ‘raios’, que é como a administração penitenciária chama a separação de blocos das unidades
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As celas comuns são compartilhadas; já as disciplinares (como mostra a imagem) são para detentos que cometeram alguma falta e são obrigados a passar um tempo sozinhos
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Carta escrita por uma detenta e entregue aos defensores atuantes no Núcleo de Situação Carcerária mostra as circunstâncias em que as mulheres vivem. Ela diz que algumas ‘companheiras’, como elas chamam as demais presas, estão ‘definhando sem alimentação’, fora as que têm diabetes e não recebem uma nutrição adequada. Ela diz, também, que há pessoas que têm problemas de insanidade e mesmo assim continuam vivendo na cela com as demais
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O Brasil é o terceiro país com a maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, de acordo com o banco de dados World Prison Brief
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De janeiro a junho deste ano, o número de denúncias de tortura de presos mais que triplicou em relação ao do ano inteiro de 2022. Ainda segundo o núcleo, houve 211 registros em 2023 contra 61 no ano passado inteiro. ‘Muitas vezes, a tortura é naturalizada. Justamente por isso, o STF (Supremo Tribunal Federal) considera que as cadeias no Brasil estão no estado ‘inconstitucional’ da coisa, com violação massiva dos direitos fundamentais da população prisional’, afirma o órgão
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Em nota à reportagem, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) afirmou que não tolera desvios de conduta dos servidores e que todas as denúncias são investigadas. ‘Caso comprovada a denúncia, o servidor é afastado e punido de acordo com a legislação’, diz a pasta
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