Depois de apresentar seis meses consecutivos de queda, os preços da indústria exibiram forte alta em agosto último, ao subirem 0,92%, no comparativo mensal, embora no anual, a queda acumulada seja de 6,32% e de 10,51% em 12 meses. Esses dados integram o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado, nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atestado de equilíbrio, o indicador mostrou que, no mês passado, 12 das 24 atividades industriais pesquisadas avançaram em relação a julho, e as 12 restantes tiveram recuo. “Esse maior espalhamento das variações positivas está em linha com a depreciação de 2,1% do real frente ao dólar, o que não ocorria desde março, e que eleva os preços tanto do que importamos quanto do que exportamos”, observa o gerente do IPP, Alexandre Brandão.
Para o resultado de agosto, as três maiores variações foram verificadas nos segmentos de refino de petróleo e biocombustíveis (7,52%); indústrias extrativas (6,56%) e vestuário (5,89%). A influência negativa coube à metalurgia (-2,67%). De acordo com o gerente do IPP, “refino de petróleo respondeu por 0,72 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,92% da indústria geral. Houve aumentos tanto do óleo diesel quanto da gasolina, dois produtos de maior peso do refino”.
Outro destaque, o setor de alimentos (que tem peso de 25% no índice geral), após acumular deflação de 13,82%, no período de maio a julho deste ano, voltou a subir, mesmo que ligeiramente, para 0,08%, exercendo impacto ‘pouco expressivo, ao responder por 0,02 ponto percentual (p.p.).
Já a elevação de 5,89% no setor de vestuário, alçou o setor ao grupo das quatro atividades com maior influência no resultado, em decorrência, segundo o gerente, do lançamento da nova coleção primavera-verão.
“Já metalurgia é o único dos quatro de maior influência com indicador negativo (-2,67%). Os preços do minério de ferro tiveram queda significativa nos meses anteriores a agosto, com efeito sobre o setor de metalurgia, cujos preços também caíram devido à redução na demanda pelo aço”, esclarece Brandão, ao acrescentar que os quatro setores de maior influência responderam por 0,95 p.p. da variação de 0,92%, o que significa que os outros 20 setores tiveram influência líquida negativa no resultado.
“Essa concentração também se espalha nas grandes categorias econômicas. Da variação de 0,92%, os bens intermediários responderam por 0,85 p.p., alta influenciada, por sua vez, por produtos do refino e das indústrias extrativas: óleo diesel, óleo bruto de petróleo e minério de ferro. Esses produtos foram os que mais influenciaram bens intermediários”, concluiu o gerente do IPP.