O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir nesta quarta-feira (20) com os presidentes Joe Biden (Estados Unidos), Volodmir Zelensky (Ucrânia) e Santiago Peña (Paraguai) e com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Nova York (EUA). De acordo com o Palácio do Planalto, os encontros com Biden e Zelensky vão ocorrer às 13h e 16h, respectivamente. Lula se reúne com o diretor-geral da OMS às 17h e com o líder do Paraguai às 18h. Depois, o petista retorna ao Brasil.
Lula e Biden vão tratar, entre outros temas, de uma iniciativa em conjunto sobre trabalho decente. A matéria faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. Entre as ações propostas estão, até 2030, alcançar o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos, inclusive para os jovens e pessoas com deficiência, e a remuneração igual para trabalho de mesmo valor.
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A primeira vez em que Lula e Biden se reuniram neste ano foi em Washington, capital dos EUA. Entre os temas debatidos na ocasião estavam a conservação ambiental e a busca de mais engajamento dos países desenvolvidos para cumprir compromissos de financiamento na área climática. Além disso, trataram de defesa da democracia, radicalização da política e discurso de ódio no espaço virtual.
Em agosto, eles conversaram por telefone sobre preservação ambiental e mudanças climáticas. O presidente brasileiro tem afirmado reiteradamente que os países ricos devem fazer contribuições financeiras para que nações em desenvolvimento que têm florestas tropicais possam preservá-las. Segundo Lula, não se trata de um “favor”, mas sim do pagamento de uma “dívida” com o planeta.
Lula e Biden voltaram a se ver no início deste mês, durante evento paralelo à reunião da Cúpula do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. A agenda ocorreu em Nova Déli, capital da Índia. No evento, o petista participou do lançamento da Aliança Global para Biocombustíveis.
Zelensky
No encontro com Zelensky, Lula vai conversar sobre a guerra na Ucrânia. Caso a reunião de fato ocorra, será o primeiro encontro entre os dois. Os presidentes brasileiro e ucraniano conversaram por telefone em março deste ano. “Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém”, afirmou Lula na ocasião.
Zelensky também se manifestou sobre a conversa. “Tive uma ligação telefônica com o presidente do Brasil, Lula. Agradeci pelo apoio à nossa resolução na ONU. Destacamos a importância de defender os princípios da soberania e da integridade territorial dos Estados. Nós também discutimos esforços diplomáticos para trazer a paz de volta à Ucrânia e ao mundo”, compartilhou o ucraniano nas redes sociais na época.
A ligação entre o presidente brasileiro e Zelensky foi acertada em fevereiro pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba. Lula e Vladimir Putin, o presidente da Rússia, se falaram por telefone em dezembro do ano passado. O petista já chegou a dizer que o presidente ucraniano é tão culpado pela guerra quanto Putin.
Uma das medidas apresentadas por Lula para cessar a guerra é a formação de um grupo de países amigos com o objetivo de mediar a paz no local. “Renovei a disposição brasileira em contribuir para uma solução pacífica para o conflito, recordando as manifestações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sentido de buscar facilitar a formação de um grupo de países amigos para mediar as negociações”, disse o ministro Vieira na ocasião.
ONU
Lula afirmou que a guerra na Ucrânia, provocada pela Rússia, “escancara a nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”. A afirmação foi feita pelo presidente durante o discurso de abertura da Assembleia-Geral da entidade, em Nova York, nos Estados Unidos, que contou com o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, na plateia.
“A Guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”, afirmou Lula.
“Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento. No ano passado os gastos militares somaram mais de 2 trilhões de dólares. As despesas com armas nucleares chegaram a 83 bilhões de dólares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU”, completou o brasileiro.