O ultra-direitista Javier Milei disse, sem provas, que foi roubado nas urnas durante as primárias das eleições presidenciais da Argentina, no último domingo (13).
Segundo o presidenciável, que liderou a votação, ele teria tido 5 pontos a mais do que o resultado final apontou. A declaração foi dada em entrevista ao La Nación na quarta-feira (16).
“Tive 30%, mas, se não tivesse havido fraude, eu teria tido 35%”, disse. Questionado se possuía provas da acusação, ele disse que uma pessoa da sua equipe tinha estudos que apontavam esse cenário. No entanto, não apresentou esses supostos levantamentos.
As Primárias abertas, simultâneas e obrigatórias (Paso) definem os candidatos aos cargos eletivos de cada partido para disputar as eleições gerais — ou seja, que disputarão a Presidência e outros cargos do Legislativo — em 22 de outubro.
Para disputar a eleição, os candidatos precisam ser os mais votados de seus partidos. Quando o partido lança somente um único candidato, como foi o caso da Liberdade Avança, de Milei, é exigido que o candidato faça, no mínimo, 1,5% de votos para ir ao pleito.
As pesquisas eleitorais apontavam que Milei, de extrema-direita, faria cerca de 20% dos votos, ficando atrás do candidato governista, de esquerda, e da oposição de centro-direita. No entanto, ele surpreendeu, liderando as primárias, com 30% dos votos.
Agora, Milei é visto como um candidato que, diferente dos que as pesquisas previam, tem grandes chances de ir ao segundo turno e, eventualmente, se tornar presidente da Argentina.
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Eleições gerais
Desde o final de 2016, foi estabelecido na Argentina que os candidatos aprovados nas primárias devem participar de dois debates televisionados. Eles acontecerão entre os dias 1º e 8 de outubro. Um desses debates deve ser realizado em uma capital provincial determinada pela Câmara Nacional Eleitoral (CNE).
Em caso de segundo turno, haverá mais uma instância de debate entre os dois candidatos, no dia 12 de novembro.