Resumindo a Notícia
A greve no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens e Transportes), que se iniciou à meia-noite desta terça-feira (3), deve afetar 4,5 milhões de passageiros ao longo do dia. A paralisação também provocará diversas mudanças na capital paulista, que terá ponto facultativo e mudanças no transporte. Veja abaixo.
Funcionários da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) também aderiram à greve. As categorias reivindicam o cancelamento dos processos de privatização da estatal de saneamento e de linhas das malhas metroviária e ferroviária, além da realização de um plebiscito para consultar a população sobre essas concessões.
A gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou a paralisação como ilegal e abusiva. “É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão”, declarou o governo em comunicado oficial.
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Para tentar minimizar o impacto, o governo do estado e a prefeitura de São Paulo anunciaram uma série de medidas nas últimas horas, como a decretação de pontos facultativos, a suspensão do rodízio de carros e a ampliação da frota de ônibus na capital paulista.
Além disso, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região determinou que os ferroviários e metroviários trabalhem normalmente nos horários de pico — das 6h às 9h e das 16h às 19h — e 80% nos demais períodos.
Entretanto, o sindicato promete interromper completamente o funcionamento das nove linhas sob gestão pública.
Quais linhas serão paralisadas?
As linhas 1–Azul, 2–Verde, 3–Vermelha e 15–Prata, do Metrô, não devem operar. Por elas, passaram cerca de 2,94 milhões de passageiros em dias úteis em agosto. As linhas 7–Rubi, 10–Turquesa, 11–Coral 12–Safira e 13–Jade, da CPTM, também serão afetadas pela greve. Elas transportaram, em média, 1,55 milhão de passageiros em dias úteis, em agosto.
Na soma dos meios de transporte e com base nos últimos dados disponíveis, são cerca de 4,5 milhões de passageiros que usam essas linhas diariamente, segundo os dados do Metrô e da CPTM, que serão afetados pela paralisação.
Já as linhas privatizadas 4–Amarela, 5–Lilás, 8–Diamante e 9–Esmeralda, administradas pela ViaQuatro e pela ViaMobilidade, vão funcionar normalmente ao longo do dia.
Haverá liberação de catracas?
O Sindicato dos Metroviários propôs a liberação de catracas para não prejudicar a população, porém, a Justiça do Trabalho não autorizou a medida.
Caso a proposta fosse aceita, os funcionários iriam continuar trabalhando e a tarifa não seria cobrada dos passageiros.
Rodízio
A Prefeitura de São Paulo também anunciou a suspensão do rodízio de veículos nesta terça. Com isso, os veículos com placa com final 3 e 4 podem circular pela cidade sem nenhum tipo de restrição nem punição.
Reforço na frota de ônibus
A frota de ônibus será reforçada durante todo o dia, com 100% da operação. “Há um número maior de ônibus nos horários de pico, e no entrepico diminui, mas amanhã será a mesma carga o dia todo”, informou o prefeito Ricardo Nunes.
Ponto facultativo
O governo determinou ponto facultativo em todos os serviços públicos estaduais da capital nesta terça-feira. Os serviços de segurança pública não serão afetados, assim como os restaurantes e postos móveis do Bom Prato.
Saúde
As consultas em AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) e em outras unidades de saúde estaduais serão reagendadas. Cada unidade entrará em contato com o paciente para o reagendamento, segundo a gestão estadual.
A Secretaria Estadual de Saúde informou, no entanto, que as cirurgias eletivas serão mantidas.
Poupatempo
Os postos do Poupatempo da capital e região metropolitana funcionarão normalmente nesta terça-feira.
O governo estadual recomenda aos usuários com horário agendado que não conseguirem comparecer presencialmente aos locais de atendimento que reagendem os serviços para uma nova data pelos canais digitais, sem sair de casa.
Privatização
A presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, Camila Lisboa, disse, em assembleia na noite desta segunda-feira (2), que as privatizações não vão garantir mais eficiência do transporte coletivo ou economia ao Estado.
Lisboa citou como exemplo o aumento exponencial das falhas nas linhas 8–Diamante e 9–Esmeralda, além dos episódios de descarrilamento, desde a privatização em janeiro do ano passado.
A ViaMobilidade, concessionária que faz a gestão dessas linhas, é alvo de investigação pelo Ministério Público.
O que diz o governo?
“Sobre a greve anunciada para esta terça-feira, 3 de outubro, pelos sindicatos dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, o Governo de São Paulo reforça que esta é uma greve ilegal e abusiva, a qual torna refém a população que precisa do transporte público. É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão.
É importante esclarecer à população que a greve não foi convocada para reivindicar questões salariais ou trabalhistas, mas sim para que os sindicatos atuem, de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, para se opor a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas.
O programa estadual de parcerias, concessões e desestatizações visa a melhoria na prestação dos serviços públicos aos cidadãos e está totalmente amparado pelas leis brasileiras. Assim, ao chantagear a população com greves ilegais, os sindicatos atentam não só contra a legislação vigente, mas também à ordem pública e ao aprimoramento das políticas públicas.
O Governo de São Paulo está agindo com total transparência e respeito à legalidade na condução das propostas de parceria, concessão e desestatização. Contratou estudos de viabilidade técnico-financeira de órgãos de excelência internacional e deu publicidade a todas as etapas cumpridas até o momento, tanto nos canais oficiais do Estado como pela imprensa.
A esfera de debate para privatização são as audiências públicas e não por meio da ameaça ao impedimento do direito de ir e vir do cidadão. É por meio do processo de escuta de diálogo das desestatizações que os sindicatos contrários devem se manifestar, de forma democrática, convencendo atores políticos e a própria sociedade de que a proposta do Governo de São Paulo não é a ideal. Infelizmente, aqueles que deveriam representar os trabalhadores preferem agir de forma truculenta, promover o caos e prejudicar toda a população.
O Estado vem atuando tempestivamente nas esferas administrativa e judicial para que a população não seja prejudicada. O Tribunal Regional do Trabalho já decidiu contrariamente à greve das três categorias e determinou a manutenção dos serviços de transporte em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente da Sabesp. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, proposta de forma irresponsável pelos grevistas, sem levar em conta os altos riscos de tumultos e acidentes nas estações.
O Governo de São Paulo continuará trabalhando para preservar a ordem pública e garantir os direitos dos cidadãos que tanto precisam dos serviços públicos. Os servidores da Sabesp, do Metrô e da CPTM merecem líderes sindicais que priorizem o respeito à legalidade e o atendimento à população.”
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