O Prêmio Nobel da Literatura de 2023 foi concedido ao escrito norueguês Jon Fosse pelas “suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível”, anunciou a Academia Sueca em Estocolmo, nesta quinta-feira (5).
Fosse, de 64 anos, nasceu na costa oeste da Noruega. Sua obra consiste em cerca de 40 peças, além de uma série de romances, poesias, ensaios, livros infantis e traduções.
O comitê elogiou o estilo do autor, que ficou conhecido como “minimalismo Fosse”.
A sua obra-prima – sete obras agrupadas num único volume intitulado “Septologia” – conta a história de um pintor idoso e viúvo que vive sozinho enquanto enfrenta as realidades da religião, identidade, arte e vida familiar.
“Septologia” – que abrange cerca de 800 páginas – tem sido elogiada pela sua experimentação formal. A prosa meditativa de Fosse é raramente interrompida por pontos ou outras formas de pontuação, criando um fluxo encantatório para sua interrogação filosófica.
“Fosse combina fortes laços locais, tanto linguísticos como geográficos, com técnicas artísticas modernistas”, afirmou o comitê, listando o dramaturgo irlandês Samuel Beckett e o poeta austríaco Georg Trakl entre aqueles que influenciaram o seu estilo.
“Embora Fosse partilhe a perspectiva negativa dos seus antecessores, não se pode dizer que a sua visão gnóstica particular resulte num desprezo niilista pelo mundo. Na verdade, há grande calor e humor no seu trabalho, e uma vulnerabilidade ingênua às suas imagens nítidas da experiência humana”, acrescentou o comitê.
A escolha de Fosse como laureado deste ano pouco fará para contrariar as críticas daqueles que dizem que o comitê recompensa os escritores europeus em detrimento dos autores de outros continentes.
Os escritores masculinos também têm historicamente dominado o prêmio: dos 120 laureados em literatura, apenas 17 são mulheres.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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