Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador assassinado na noite desta quarta-feira (9), denunciou em entrevista na semana passada que estava sendo ameaçado por um cartel do país.
“Há três dias, um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, iriam me quebrar”, afirmou.
Los Choneros são uma organização criminosa do Equador que surgiu em Manabí e é formada por duas gangues chamadas Fatales e Las Águilas. Eles atuam com extorsão, tráfico de drogas e homicídios.
A declaração foi dada durante o programa Vis a Vis, apresentado pela jornalista Janet Hinostroza, na quarta-feira (2).
Após a ameaça, Villavicencio disse que não iria suspender sua campanha eleitoral e que iria apresentar uma denúncia contra as ameaças.
Ele também responsabilizou previamente o Los Choneros por qualquer eventual atentado que pudesse ocorrer contra ele, sua família e equipe.
Villavicencio disse ainda, na entrevista, que usava o mínimo da proteção oficial do Estado, mas recusava coletes a prova de balas.
“Um presidente valente tem que dar a cara, como o seu povo. O povo não está com coletes a prova de balas. A sociedade está de joelhos diante do crime organizado. E o pior que se pode passar a um candidato, a um político, é ter medo. No momento em que os grupos criminosos submetem as pessoas, acabam a democracia e a República”.
#URGENTE Fernando Villavicencio advirtió públicamente de las amenazas de Alias “Fito”, jefe de los choneros y lo denunció en la Fiscalía. Aquí sus últimas declaraciones. @FiscaliaEcuador pic.twitter.com/v8wIiYsZCK
— Janet Hinostroza (@janethinostroza) August 10, 2023