Resumindo a Notícia
“Fiquei sozinha, não tinha o que fazer, então fui para a escola”, conta pernambucana Maria Edelzuíta de Souza, a dona Edelzuíta, considerada a estudante mais velha do mundo, aos 94 anos.
Ela decidiu estudar após a morte do marido. Natural de Belém do São Francisco, no interior do Estado, Edelzuítade tem nove filhos, 15 netos, três bisnetos e um trineto.
Desta forma, supera o queniano Kimani Maruge Ng’ang’a, que detinha o recorde do Guinness World Record, o livro dos recordes, aos 84 anos.
Ela está matriculada no centro de Estudos de Jovens e Adultos João Barracão, em Petrolina, onde mora. Sua matéria favorita é matemática. Agora em época de provas, conta que não erra nada do que é cobrado nos exames.
Mesmo sem conseguir ir às aulas, diz que sempre teve vontade de aprender. “Eu via meus filhos estudando e eu tinha vontade de estudar também. Eu levava e buscava eles na escola, mas era com vontade de ficar lá.”
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Maria Edelzuíta de Souza conta que seu pai não a deixava ir à escola quando criança, para não “aprender a escrever cartas para supostos namorados”. Em casa, sua mãe a ensinou o alfabeto.
Ela também não pôde ir à escola quando saiu da casa dos pais, após ter se casado, pois tinha que cuidar dos filhos. O casal se mudou para Petrolina e Maria Edelzuíta começou a trabalhar como caixa de uma empresa de transportes.
Após se aposentar, continuou em casa, cuidando dos filhos e das tarefas domésticas.
A morte de seu marido, José Rufino de Souza, com quem foi casada por 60 anos, foi o que a motivou a se matricular. Ela conta que estava sozinha e entendiada.
Após voltar para casa, ela normalmente faz seu dever e vai dormir. E conta que, às vezes, acorda no meio da noite, já achando que é a manhã seguinte, quando levanta animada, querendo ir à escola de novo.
“Se eu não morrer, vou me formar ainda, porque tenho vontade de estudar muito.”
Após terminar a escola, dona Edelzuíta quer fazer faculdade de enfermagem para cuidar das pessoas. E ainda sonha em escrever um livro sobre sua vida. “Uma pessoa com 94 anos tem muito o que contar. Eu ainda tenho muito o que dizer.”
* Sob supervisão de Vivian Masutti
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